Na entrega das insígnias FIFA, o Presidente da FPF,
Fernando Gomes, considerou que este foi um dia muito importante para a
arbitragem portuguesa.
O
Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, abriu a
cerimónia de entrega das insígnias FIFA 2013 aos 29 árbitros
internacionais.
Eis o discurso do Presidente da FPF:
“Este é um dia muito importante para a arbitragem portuguesa.
Ao longo dos últimos anos, temos assistido a uma evolução
significativa deste sector, como se pode constatar pelo aumento de
árbitros internacionais, bem como por alguns marcos históricos
individuais.
A arbitragem é um sector fundamental do futebol nacional, pelo
compromisso que tem com a justiça e a verdade desportiva. Como tal, tudo
temos vindo a fazer e vamos continuar a fazer para garantir as melhores
condições possíveis ao desenvolvimento da arbitragem nacional.
A credibilização da arbitragem e da justiça desportiva foram pontos
centrais do programa que apresentámos para liderar a Federação
Portuguesa de Futebol.
Propusemo-nos também a desenvolver um trabalho profundo de captação e
formação de novos valores, no sentido de garantir uma nova geração de
árbitros de qualidade no espaço de uma década.
Esse caminho está a ser percorrido. É um caminho onde se encaixa
também a profissionalização dos árbitros da primeira categoria nacional,
realidade para a qual a FPF tem vindo a contribuir nos grupos de
trabalho entretanto criados e nas reuniões em que tem participado.
O ano de 2012 foi um ano inesquecível para a arbitragem portuguesa,
com Pedro Proença e a restante equipa de arbitragem nacional - Bertino
Miranda e Ricardo Santos como assistentes e Jorge Sousa e Duarte Gomes
como árbitros auxiliares adicionais - a serem nomeados para apitar a
final do Campeonato da Europa 2012, disputado na Polónia e Ucrânia, já
depois de terem sido igualmente escolhidos para a final da Liga dos
Campeões, disputada em Munique.
Uma palavra de apreço igualmente para o Eduardo Coelho, que
representou muito bem a arbitragem lusa no Europeu e Mundial disputados
em 2012, na Croácia e na Tailândia.
Se 2012 ficará para sempre na memória da arbitragem nacional, este
ano de 2013 começa da melhor forma, com a obtenção de um máximo
histórico em termos de insígnias internacionais.
As 29 insígnias atribuídas pela FIFA e que hoje são entregues
assinalam mais um marco para a arbitragem portuguesa e são a prova de
que o trabalho que está a ser desenvolvido é o mais adequado, mas não
pode ser visto como um fim, antes como um percurso, onde é sempre
possível melhorar.
Para além da face mais visível, que diz respeito ao futebol
masculino, não podemos deixar de realçar o aumento das insígnias no
futebol feminino, onde pela primeira vez vai ser possível um jogo
internacional ser arbitrado por uma equipa completamente portuguesa,
dado que até à data apenas três árbitras principais eram internacionais.
Como acontece todos os anos, 2013 não fugirá à regra, e será repleto
de desafios e obstáculos para todos nós que trabalhamos em prol do
futebol, incluindo para a arbitragem, mas estamos convictos de que esta
não deixará de consolidará o trabalho que tem vindo a desenvolver.
De olhos no futuro, reitero a disponibilidade da Federação
Portuguesa de Futebol para admitir o reforço do recurso às tecnologias
no sentido de ajudar os árbitros a desempenharem a sua indispensável
função cada vez melhor.
Estamos pois atentos às primeiras experiências que a FIFA autorizou
nesse campo onde podemos ser parceiros activos nos necessários estudos
regulamentares e financeiros que se seguirão, porque a introdução de
novas tecnologias na arbitragem não pode por em risco a fluidez e a
essência do jogo que continua a apaixonar tantos milhões em todo o
mundo.
Aproveito esta oportunidade para elogiar e incentivar o Conselho de
Arbitragem, aqui presente, e na pessoa do seu Presidente, Vitor Pereira,
a continuar a fazer o seu trabalho, tantas vezes incompreendido.
Apesar de ser um órgão completamente independente da Direção da FPF,
cabe-nos proporcionar-vos as melhores condições possíveis para que
exerçam as vossas funções de forma livre, isenta e rigorosa.
Vamos manter o nosso compromisso de contribuir para o desenvolvimento
da arbitragem nacional, estando totalmente disponíveis para vos ajudar
na obtenção dos objetivos a que se propuseram.
Tal como a Direção, o Conselho de Arbitragem é um órgão coletivo,
pelo que é preciso diálogo permanente e espírito de equipa para
encontrar as soluções adequadas em todos os momentos.
Por último, não posso deixar de dar uma palavra muito especial aos árbitros aqui presentes.
Começo pelos que hoje recebem pela primeira vez a insígnia que marca a
chegada ao nível internacional. Ao Hugo Miguel, ao Marco Ferreira, ao
Cristóvão Moniz, ao António Almeida, ao José Gomes, à Maria João Freire e
à Olga Almeida dou os mais sinceros parabéns. O vosso esforço, a vossa
entrega, a vossa paixão pelo jogo e pela arbitragem dão-vos hoje um
momento do qual se devem justamente orgulhar.
Que o vosso sucesso inspire muitos outros a abraçar uma carreira na arbitragem.
A vocês e a todos os outros, desde os mais jovens aos mais
experientes, desejo a melhor sorte. Porque estamos a falar de Desporto
e, no Desporto, sem prejuízo do muito treino e do talento que sei que
todos têm, a sorte muitas vezes tem o seu papel.
E a sorte dá muito trabalho…
Continuem a trabalhar como até aqui. Dediquem-se de corpo e alma a
esta actividade tantas vezes incompreendida mas absolutamente essencial
para o desenvolvimento do Futebol.
Continuem a demonstrar que também na arbitragem, estamos ao nível dos
melhores do mundo e por isso merecemos a confiança dos organismos
internacionais.
Bem hajam”