segunda-feira, 8 de julho de 2013

Jorge Sousa e os dirigentes :''Todos têm telhados de vidro''


Há falta de "honestidade intelectual" na classe dos dirigentes do futebol português. A constatação, em forma de lamento, pertence ao melhor árbitro português da última temporada, que não deixa passar em claro o facto de todos os clubes terem "telhados de vidro" relativamente aos erros cometidos pelos juízes ao longo de uma temporada.
Jorge Sousa, natural de Lordelo e árbitro internacional até se mostra tranquilo quanto ao "ruído" que a classe dirigente realizou em torno da arbitragem na última temporada. Mas o comentário, esse, é directo e incisivo.
"Em Portugal, todos têm telhados de vidro, porque todos têm arbitragens em que são beneficiados e prejudicados, também. Consigo dar crédito a uma pessoa que, no final de uma partida, disser que ganhou com um erro de arbitragem. Enquanto não houver essa honestidade intelectual das pessoas, sejam elas quais forem, é algo que a mim não me diz nada", confessa, em entrevista a Bola Branca.
Bruno de Carvalho, presidente do Sporting, atribuiu responsabilidades directas aos árbitros pelo facto dos leões terem ficado fora das provas europeias. E há também treinadores ao barulho, com Vítor Pereira e Jorge Jesus a protagonizarem a rábula do "limpinho/sujinho". Catalogando as investidas sobre a classe que representa, o árbitro em destaque na época de 2012/13 fala, inclusivamente, em "entretenimento e "fait-divers".
"Esse entretenimento que houve [na última temporada] não passa de 'fait-divers' que a nós árbitros não nos diz absolutamente nada", remata.
"Época extremamente positiva"Jorge Sousa formou equipa, na última época, com os assistentes Bertino Miranda, Nuno Manso e Àlvaro Mesquita, falando da temporada no plural e catalogando a mesma como "extremamente positiva". A solidez das exibições, frisa, acabou por ser determinante para o sucesso.
"Acima de tudo, a época faz-se com consistência. É praticamente impossível ter uma época sem altos e baixos, mas acho que fomos uma equipa de arbitragem muito consistente do princípio da época até ao fim. Acho que foi uma época extremamente positiva porque fomos muito equilibrados durante toda a temporada", congratula-se o juiz de 38 anos, filiado à AF Porto, recordando, com orgulho, o "sonho" cumprido de dirigir uma final da Taça de Portugal.
Foi em Maio passado, entre Benfica e Vitória de Guimarães. "Confesso que há muitos anos que tinha esse objectivo, ao fim de todas estas temporadas, e habituado a ver a festa da Taça de Portugal no Estádio Nacional", argumenta, sublinhando toda a envolvência da sala de visitas do futebol português em cada final da Taça.
"Temos quase sempre um dia de sol, convidativo para esse tipo de eventos e já há muito tempo que sonhava fazer parte de um jogo desses. Tive a felicidade de estar presente, este ano e foi um motivo que me deixou muito feliz".
"A um passo" da elite da arbitragemOra, Jorge Sousa tem mais com que sonhar. O objectivo de chegar ao grupo de elite da arbitragem da UEFA está mais perto com a consolidação do nome do árbitro junto das instâncias europeias.
"O meu grande objectivo de carreira consiste em poder chegar um dia ao grupo de elite da UEFA. Estou a um passo de lá chegar. Sei que dependo de mim e das minhas prestações para o conseguir. Da minha parte, tudo será feito para que esse objectivo, que é o maior da minha carreira neste momento, possa ser concretizado", promete.
Fonte: Renascença

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